Somente os que sobem a montanha da PACIÊNCIA, da REVELAÇÃO DIVINA, falam com Deus. O homem espiritual discerne o que é do Espírito. Embora não esteja evidente, analisa à luz da Palavra e, em oração, espera ouvir a voz do SENHOR e, assim, entra em ação. Confia, sabe que os olhos do SENHOR tudo veem.
Abraão subiu a montanha, aguardou, sofreu, esperou, e, a cada parada, na subida, edificava um altar ao SENHOR. Os pastores de Abraão subiram e receberam a bênção.
Que maravilha a subida com o CORDEIRO! Quantos estão perdendo de vista O CORDEIRO DE DEUS que tira o pecado do mundo. Isaque, na subida do Monte Moriá, para o sacrifício, sentiu falta do CORDEIRO. Ele, com a lenha; o pai, com o cutelo. Tudo bem, mas onde está o CORDEIRO? Só prosseguiu quando ouviu: “Deus proverá o CORDEIRO para o holocausto” – Gênesis 22. Quantos, que conseguiram subir até certo ponto, perderam a presença do CORDEIRO, começaram a descer e não estão percebendo. Prestam culto, preparam o sacrifício, planejam, mas onde está o CORDEIRO? Quantos, sufocados pelas lutas, entram no egocentrismo. Onde está o CORDEIRO?
No cárcere, sob as ameaças de Herodes, João Batista chama os seus discípulos e pede: “Ide a Ele (JESUS) e perguntai se Ele é mesmo o CRISTO”. Onde está o CORDEIRO?
Junto à fogueira dos escarnecedores, Pedro distanciou-se, comprometeu-se: “Não O conheço”. Onde está o CORDEIRO?
Maria perde Jesus no templo e retorna imediatamente. Quantos estão perdendo o Senhor dentro da própria igreja. Onde está o CORDEIRO?
Sansão usando o EU, vaidoso pela grande vitória contra mil filisteus, quase morre de sede. Onde está o CORDEIRO? Humilha-se rapidamente e clama. DEUS lhe mostra a pedra, e dela bebe abundantemente. Leiamos I Pedro 2:4-10.
Antes, éramos pedras brutas da pedreira do mundo. Hoje, porém, fomos transformados em pedras vivas para habitação de seu Santo Espírito.
Lembremo-nos: As pedras vivas foram tiradas da pedreira do mundo e do pecado. Não podemos retornar à condição de pedras mortas.
As pedras vivas são colocadas nos seus devidos lugares. Umas são colocadas na entrada; outras, nas paredes do lado; e outras, nos fundos. Ninguém as vê; todavia, todas são importantes e desempenham uma função. Seja qual for o lugar que você ocupa, você não deixa de ser uma pedra colocada por DEUS no seu devido lugar. “Amados, quando empregava toda diligência em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” – Epístola de Judas 1:3.
“Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão. Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o PAI como o FILHO. Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis as boas-vindas. Porquanto aquele que lhe dá boas vindas faz-se cúmplice das suas obras más” – II Epístola de João 8-11.
“Não tenho maior alegria do que esta, a de ouvir que meus filhos andam na verdade” – III Epístola de João 4.
“Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo” – Marcos 13:13.
Quantos estão desanimando e até cedendo diante da apostasia. “Tudo o que o homem semear, isto também ceifará.” Os salvos observam, nessa gloriosa palavra, a realidade de uma promessa: o servo de Deus, trabalhador, sincero e persistente, colherá o fruto de seus labores. Seu persistente esforço não ficará sem recompensa. Há necessidade de que se entenda que as dificuldades existem para que sejam selecionados dos “chamados, os escolhidos”.
Aqueles que sucumbem ao desânimo, jamais desfrutarão dos louros da vitória. Lembremo-nos de que fracassar pode ser doloroso; todavia, mais doloroso é nunca ter tentado triunfar. Veio o fracasso? Foi para minha alegria que passei por tamanha aflição. Por que então não tentar mais uma vez com vontade inquebrantável? Os murmuradores são sempre oportunistas que labutam em causa própria, ególatras; pesam-lhes mais as preocupações pessoais do momento do que a verdade transcendente. Invertem sempre os valores: preferem o temporal ao eterno e terminam perdendo ambos. Ninguém engana a Deus. Procrastinam como Félix que, ouvindo a mensagem do Apóstolo Paulo, despachou-o sob o pretexto de ouvi-lo em outra oportunidade, que não houve.
“E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – João 8:32. Isto significa sair de uma liberdade ilimitada, anárquica e inconcebível, para uma liberdade nos limites da Palavra do Espírito, que é o único meio de possuí-la. O máximo que o homem deve aspirar é a liberdade relativa, dentro dos princípios bíblicos. A liberdade com responsabilidade é vivida sob a autoridade; é para aqueles de cuja consciência e de cujos ombros foi removido o fardo opressivo do pecado da rebelião, da culpa, porque confiam no Senhor Jesus como seu único Redentor pessoal. Os condenados à morte receberam o perdão e desfrutam do alívio que lhes inunda a alma. Em tudo dai graças. Hoje, como sempre, é verdadeiro o princípio: “Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso também ceifará”. Poderá a presente civilização escapar dessa verdade inexorável? Não é querer ser pragmático, mas os sintomas de degeneração aí estão a corroer os mais diversos segmentos da sociedade humana, caminhando para o colapso final. E nessa progressão, que se degenera em introversão, isto é, descamba no egoísmo desmesurado, procura quebrar a identidade da igreja do Senhor Jesus, minando sua resistência, tornando-a semelhante à turba insensata.
A igreja não pode se enamorar do mundo, porque já assumiu um compromisso de casamento. Ela é a noiva do Senhor Jesus Cristo e discerne todas as coisas; vive na sociedade, mas sabe preservar a sua individualidade como corpo de Cristo. Apoia as boas causas com todo vigor, mas também diverge, se sua consciência que é a sede do Espírito da Palavra, assim o exigir. Vive na sociedade como sal e luz para anunciar o bem que o Senhor pode e deseja realizar com todos os homens.
A Palavra do Espírito se constitui num paradoxo que precisa ser entendido, uma vez que ela restringe ao mesmo tempo em que liberta; isto é, proporciona a paz interior quando mantemos a harmonia com Deus, independentemente das circunstâncias exteriores. Contudo, não esqueçamos que as misericórdias do Senhor se constituem na causa de não sermos consumidos. Portanto, prossigamos em direção ao alvo – JESUS, o nosso modelo perfeito – sabendo que, para isso, o servo de Deus deve negar-se a si mesmo, o que significa depor o eu do trono e entronizar Jesus, trocando assim o perecível pelo eterno.
Sempre há esperança para quem reconhece seus erros e deficiências. Não há, porém, esperança para quem se julga perfeito. Este está irremediavelmente cego e iludido.
Será que o nosso culto a Deus se constitui numa oferta aceitável? Tem sido uma adoração racional? Ele resistirá ao escrutínio infalível do eterno juiz?